Ação foi realizada com estudantes do Ifal Penedo, equipe do Circuito Penedo de Cinema e o projeto Meros do Brasil
Por Jamerson Soares
Estudantes do 2º ano do ensino médio do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) participaram, nesta sexta-feira (18), de uma ação simbólica de limpeza do Rio São Francisco. Essa ação foi realizada pelo Circuito Penedo de Cinema em parceria com o Meros do Brasil, que é uma iniciativa do Instituto Meros do Brasil vinculada a instituições de ensino, pesquisa e cultura.
A limpeza ocorreu nas margens do rio com cerca de 35 pessoas, incluindo algumas pessoas da equipe do Circuito. Foram divididos dois grupos e cada um foi a uma extremidade munidos de grandes sacolas plásticas para recolher resíduos que encontrassem no chão e na areia. Todos também estavam com luvas nas mãos.
O objetivo dessa limpeza, além do fato de recolher o lixo descartado irregularmente no rio, foi sensibilizar os estudantes e a população da cidade sobre preservação do meio ambiente, do Velho Chico e das espécies que habitam o rio.
Segundo Cláudio Sampaio, professor há 12 anos da Unidade Penedo da Ufal e coordenador da ação, a situação do rio é preocupante porque há cerca de 2 anos, após o monitoramento que é feito mensalmente, a qualidade da água foi classificada como regular. Sendo que há cinco anos, a água era considerada boa.
“Ou seja, essa água regular mostra os impactos que o rio vem sofrendo ao longo da sua bacia hidrográfica. As causas são o lançamento de esgoto, o desmatamento das matas ciliares, agropecuária, o agronegócio, uma série de impactos pontuais que quando a gente soma se torna um impacto bastante significativo”, explicou o professor.
Ainda de acordo com Cláudio Sampaio, muitos penedenses utilizam a água do Rio São Francisco para tomar banho em casa, cozinhar, usar para irrigar algum alimento, entre outras coisas domésticas. Mas, ele deixou claro que o consumo não afeta o rio.
“Não só a sociedade penedense usa o rio, mais de 10% da população brasileira usa indiretamente de alguma maneira. O consumo não afeta, mas a gente precisa avançar muito na conversação, usar com sabedoria, então para usar com sabedoria a gente precisa restaurar as matas ciliares, falar sobre preservação por meio da educação e da arte. Por isso essa relação com o Circuito é muito relevante”, concluiu.
Após 30 minutos de ação, os estudantes voltaram com sacolas cheias de resíduos, como garrafas plásticas, tampinhas de garrafa, calçado, sacolas, dentre outros. No total, foram recolhidos 22 kg de lixo.
Para Maira Egito, professora do curso técnico de políticas públicas ambientais e que estava acompanhando a turma, a ação foi uma relevante oportunidade para os estudantes vivenciarem na prática o que aprendem na sala de aula.
“Várias vezes a gente participa desse coletivo por vários motivos porque achamos que é um momento de integração de várias instituições importantes, também porque é uma vivência para os estudantes, sair da sala de aula e ver na prática das questões ambientais. Além disso, eles observam políticas públicas ambientais que são efetivas e não efetivas”, afirmou Maira Egito.
Um dos estudantes que participou da limpeza foi André Vital, de 17 anos. Ele contou que aprendeu bastante e que foi uma importante ação devido à sensibilização que ela causa à população. “Aprendi muito sobre a importância de não jogar lixo nas margens dos rios. Acredito que vai também agregar na minha vida profissional, porque eu quero trabalhar na área de engenharia ambiental. A população toda deveria ter esse conhecimento que eu tenho neste momento”.